Papo Psi

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Alagoinhas, Bahia, Brazil
"Sou meu próprio líder ando em círculos, me equilibro entre dias e noites, minha vida toda espera algo de mim, meio sorriso, meia-lua toda tarde..." (Renato Russo). E assim que me descrevo busco ser autora da minha vida e brilhar sempre no palco da vida, apesar das intempéries.Almejo sempre meu equilíbrio e paz interior numa compreensão mútua. O que faço:Graduanda de Psicologia da Faculdade Santíssimo Sacramento, hoje no 9º semestre e Sargento da Polícia Militar.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Fotos da Peça de Psicanálise Realizada no Terceiro Semestre do Curso de Psicologia
















Fotos da Peça Sobre o Tema Criatividade, realizada no Segundo Semestre do Curso de Psicologia
















Análise do Filme Gran Torino

O filme aborda a história de um veterano da guerra da Coréia (Walk Kowalski), o qual era uma pessoa restrita, com poucos amigos, tinha dificuldade no relacionamento com os filhos; residente, em um bairro clássico americano, que com o passar do tempo passou a ser povoado por coreanos, Walk era aversivo a orientais e depois do falecimento de sua esposa, ele passou a ter uma vida conturbada, precisando adaptar-se a essa nova realidade, tendo com companheira a sua cadela Daisy, com quem costumava conversar.
Contudo, com a chegada de novos vizinhos de origem coreana, Walk passa as tardes observando-os com sentimento de raiva e repulsa; sentimento esse que também era recíproco pela matriarca da família coreana Hmong. Ficando explícito nessa passagem do filme o processo de atribuição, onde Walk busca saber as razões e explicações para o comportamento dos vizinhos coreanos, desenvolvendo pensamentos e crenças (atitudes) sobre eles, como forma de fortalecer os motivos pelos quais ele expressa seu comportamento discriminatório contra eles.
O garoto Thao, pertencente àquela família se ver obrigado pela gangue local de roubar o carro de Walk, um Gran Torino 1972, foi surpreendido por ele, fato este que contribuiu para Walk passar a conviver com os vizinhos, pois se tornou contra vontade um herói para aquele povo, principalmente para a irmã e mãe de Thao, que insistiram para que ele trabalhasse para Walk como forma de reparação, dando início a uma amizade improvável que mudará a vida de ambos.
Convivendo com a simpatia incansável de Thao e de sua família Walk acaba compreendendo algumas verdades sobre seus vizinhos e sobre si mesmo, percebendo que eles poderiam conviver de forma harmônica, mudando sua atitude em relação a eles, como forma de eliminar a discrepância e tensão decorrentes da guerra da Coréia, a dificuldade de se relacionar com seus filhos e a perda de sua esposa.
Dessa forma, conclui-se que a idéia central do filme é expor a história de um homem bondoso que por ter participado da guerra da Coréia ficou abalado de tal maneira, por ter contribuído com algo cruel, sendo colocado a repensar seus conceitos, atitudes com a chegada dos vizinhos coreanos, aprendendo de forma excepcional a superar o seu preconceito e pesar o valor da vida, superando suas frustrações, passando a acreditar que todos são seres humanos, dando uma prova sublime dessa concepção, ao morrer para proteger aquela família com quem passou a ter traços de afinidade maiores do que os seus próprios familiares.

Referência: EASTWOOD, Clint. Gran Torino. Drama de longa metragem, 2009.

“Relatório Kinsey – Vamos Falar Sobre Sexo”

A pesquisa de Kinsey influenciou a cultura e as políticas públicas das últimas décadas, onde a “revolução sexual” iniciada por ele, ainda hoje incomoda a vida de muitas pessoas e famílias, pois ela exige como resposta uma vigorosa afirmação do verdadeiro significado da sexualidade humana.
Ele defendeu que todos os comportamentos sexuais considerados atípicos são na verdade normais, e ao mesmo tempo afirmou que: ser exclusivamente heterossexual é anormal, pois seria fruto de inibições culturais e de condicionamentos sociais, contrários à natureza do homem. Ele juntamente com os seus colaboradores pretendeu mudar os valores morais tradicionais. Dividindo o ocidente em duas fases antes e depois da revolução sexual.
O sexo no ocidente passou de um período puritano, o qual era visto como algo terrível, ameaçador, reprimido pelo moralismo, cujo sexo "em excesso" e a masturbação podiam conduzir à loucura. Já, nos dias atuais ele ainda vem carregado de significados como: expectativa, satisfação, prazer, perigo, curiosidade, proibição, medo, insegurança, carinho, paixão e pecado, onde princípios, como o do "direito ao prazer", repercutem até hoje.
Dessa forma, conclui-se que a idéia de sexo traz contradições em certos aspectos, demonstrando ainda o dualismo entre a tendência à superação de preconceitos e idéias tradicionais; a valores arcaicos e tabus aliados às questões que envolvem a sexualidade, cuja ignorância em relação ao respeito da compreensão deturpada das funções e das estruturas sexuais, proporcionam um rico solo para o florescimento dos mitos, muitos dos quais sobrevivem até os dias de hoje, onde a sexualidade humana é uma realidade complexa, íntima e pessoal, ao mesmo tempo que envolve, abrange, penetra e dinamiza a pessoa humana como um todo em sua unidade de ser.

Referência:Kinsey – vamos falar sobre sexo (2004). Direção: Bill Condon. Roteiro: Bill Condon. Cinebiografia de Alfred Kinsey. Drama. 118mim.

Construção da Psicologia Social

“As raízes da Psicologia Social são vistas como européias e as flores como especificamente americanas” é assim que Robert Farr define de maneira etnográfica a psicologia social moderna, a qual surgiu nos Estados Unidos da América sob influências das inquietações sociais levantadas no período da 2ª guerra mundial, onde os cientistas sociais passaram a contribuir de forma conjunta proporcionando programas de doutorados interdisciplinares.
Mais tarde, em um contexto de mudança de atitude do pós-guerra, na Universidade de Yale, estudantes acabaram se reunindo e promovendo o estabelecimento da Psicologia Social como uma ciência experimental. O choque entre os psicólogos gestaltistas austríacos e alemães que migraram para América com os behavioristas faz surgir o cognitivismo, mostrando o quão significativo a movimentação entre as culturas.
A Psicologia Social Cognitiva se diferenciava não só âmbito da Psicologia Social, mas também no contexto americano de ciência cognitiva, onde a Psicologia Social que se desenvolveu como um fenômeno especificamente americano na era moderna é considerada com uma forma psicológica de Psicologia Social, embora seja também uma forma de Psicologia Cognitiva diferente da ciência cognitiva.
Seu percussor Whilhelm Wundt “pai” da Psicologia como ciência experimental passou a fazer referência a Psicologia Social, onde os produtos mentais que são criados por uma comunidade humana são inexplicáveis em termo de consciência individual, pois eles provêm de uma ação recíproca de minutos. Porém, Wundt teve o seu método compreendido de forma errônea, devido a ser um método experimental (introspectivo) de estudar a mente (consciência), o qual leva a não percepção do papel central da apreensão da filosofia da mente. Os objetivos de Wundt era a Psicologia Experimental e social, onde a introspecção era uma forma de percepção interna do sujeito. Partindo, disso ele separa a sua Psicologia Social da Experimental, apesar de serem dois projetos independentes estavam relacionados; um se referia a comunidade das pessoas, enquanto o outro ao indivíduo. Ambas são formas sociais da Psicologia Social, pois no início da era moderna elas estavam atreladas a história positivista da Psicologia Experimental seguida de fundamentos históricos da Psicologia Social.
O objeto de interesse da Psicologia Social num primeiro momento era baseado em um método descritivo, ou seja, um método que se propõe a descrever aquilo que é observável e fatual é uma Psicologia que organiza e dá nome aos processos observáveis dos encontros sociais, comprometida com os objetivos da sociedade norte-americana do pós-guerra; partindo de uma noção estrita do social, em seu segundo momento ela buscou superar as limitações do seu primeiro passando a estudar o psiquismo humano, buscando compreender como se dá as relações sociais vividas pelo homem, em que o mundo objetivo passa a ser visto não como fator de influência para o desenvolvimento da subjetividade, mas como fator constitutivo, ou seja, busca compreender o mundo invisível do homem vendo como um ser social, de relações sociais em permanente movimento. Surgindo conceitos básicos de análise como atividade; consciência e identidade que são propriedades ou características essenciais do homem e expressam o movimento humano. Entre os percussores dessas características temos Vygotsky, Alexis Leontiev e Luria, soviéticos e Silvia Lane e Antônio Ciampa brasileiros.
Dessa forma, a Psicologia Social parte de um contexto real para compreender os elementos do mundo interno, promovendo um estudo sobre o fazer, o pensar e o agir dos indivíduos na sociedade.

Referência: FARR, Roberto M. As Raízes da Psicologia Social Moderna. 2. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. 246 p.

Psicologia Cognitiva e o Filme Substitutos

A Psicologia Cognitiva surge num contexto onde toda e qualquer ideia referente a processos mentais era negada, reprimida, ignorada. Tendo como objeto de estudo os processos como os sujeitos percebem, aprendem, lembram-se e pensam sobre a informação que recebem, associando a mente humana a memória do computador, em termos de organização, uma vez que ambas são capazes de seguir direções em bases lineares, representando informações internamente seguindo a abordagem do processo de informação, nos quais os processos cognitivos se tornam equivalentes aos processos mentais.
No filme Substitutos fazemos um paralelo com a Inteligência artificial dos humanóides, onde a racionalização da sua organização social, do comportamento individualizado, a substituição de valores morais por princípios lógicos foram percebidas como forma de viabilização da padronização sistemática. Explicitando como neste tipo de inteligência, a sociabilidade é orgânica, pois o “substituto” não é um ser social com o ser humano ele é personalizado para tal, sendo social por fazer parte de um organismo social, onde a sua racionalidade é cognitiva e ativa intelectualmente pelo comportamento, já que não possui inteligência, reflexão, raciocínio, seu pensamento ou ação racional não se origina na mente, no interior, e sim no sistema organizacional cibernético que é controlado, manipulado pelo seres humanos reclusos em seus lares.
Com o surgimento da sociedade robótica, os seres humanos não têm mais contato uns com os outros. Ficam em casa e controlam os robôs, que são belos, inteligentes, não cometem crimes. Enfim, um mundo perfeito, até que eles descobrem que a máquina também tem seus defeitos e o arrependimento bate à porta de quem as criou. Mesmo com os nossos corpos, sendo cada vez mais alterados pela tecnologia seja por questões estéticas (cirurgias plásticas), seja por questões de saúde (próteses dos membros), surge sempre à questão do limite entre o natural e o artificial, onde os seres vivem vidas artificiais ao invés de sentirem suas ações por si mesmas. Levando-nos a refletir sobre as consequências do avanço tecnológicos e o quanto eles nos levam a mecanização e frieza nos relacionamentos, bem como até onde o ser humano consegue ir sem perder o controle, a noção de si mesmo, onde tudo fica na aparência e os corpos biológicos tristes e amargurados permanecem em casa encarcerado, enquanto os “substitutos” exibem perfeição e simpatia.
Logo, conclui-se que a evolução faz muito bem na produção do desenvolvimento de um aparato cognitivo capaz de decodificar com precisão os estímulos ambientais, além de entender os estímulos internos da maioria das informações disponíveis. Qualquer estimulo pode desviar o indivíduo do processamento adequado da informação. Todavia, os mesmos processos que nos levam a perceber, recordar e raciocinar com precisão na maioria das situações, podem nos levar ao erro, como foi percebido no filme, onde a película especialmente contundente em certos detalhes aborda de forma bastante sarcástica as atitudes do ser humano em um mundo que sua banalidade se tornou desconectado das emoções humanas.

Referência: Substitutos. Diretor: Jonathan Mostow. Produção: Max Handelman, David Hoberman, Todd Lieberman. Roteiro: Michael Ferris, John D. Brancato, Baseado Na Graphic Novel De Robert Venditti e Brett Weldele Duração: 104 Min. Gênero: Ficção Científica. Ano: 2009.