Apresentação
Sejam Bem-Vindos, futuros e profissionais do campo “Psi”:
É com grande satisfação que lhes apresento o Blog Papo Psi, que tem como objetivo trazer à baila temas diversos embasados no conhecimento da Psicologia, sendo o nosso mais novo ambiente de comunicação e, principalmente, de interação entre alunos, ex-alunos, professores e coordenadores de Curso de Psicologia. O propósito do Blog Papo Psi é deixar registradas, as atividades que desenvolvo, seja por meio de textos, fotos, seja por vídeos. Contudo, mais importante que “postar” as informações referentes à minha nova profissão (Psicóloga) e as atividades que estou desenvolvendo durante a minha graduação, é a sua PARTICIPAÇÃO, por meio de comentários, observações, opiniões, sugestões, ideias e reflexões, ou seja, o Blog vai muito além de informá-los sobre o Curso de Psicologia de forma geral, e sim gerar enquetes, fornecer links e textos, isto é, tornar-se um canal de comunicação mais rápido diante das dúvidas, no qual vocês possam também expressar a sua opinião, para assim formar profissionais mais pensantes e atuantes. Essa nova proposta de educação e de aprendizado em que me estou inserindo hoje, busca debater, discutir, refletir, criticar, sugerir, trocar e aprender, visto que todos nós temos marcados em nossas expressões e opiniões experiências de vida e conhecimentos adquiridos que precisam sempre ser difundidos, mas também acrescidos de algo novo. Portanto, Vamos abrir horizontes, crescer juntos, aprendendo de uma maneira diferente e divertida, pois, como nos diz o médico, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor Augusto Cury: “Sem sonhos, as perdas se tornam insuportáveis, as pedras do caminho se tornam montanhas, os fracos se transformam em golpes fatais, mas se você tiver grandes sonhos... seus erros produzirão crescimento, seus desafios produzirão oportunidades, seus medos produzirão coragem. Por isso, meu ardente desejo é NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS”.
Claudinha Gomes
Graduanda do Curso de Psicologia
Papo Psi
- Claudinha Gomes
- Alagoinhas, Bahia, Brazil
- "Sou meu próprio líder ando em círculos, me equilibro entre dias e noites, minha vida toda espera algo de mim, meio sorriso, meia-lua toda tarde..." (Renato Russo). E assim que me descrevo busco ser autora da minha vida e brilhar sempre no palco da vida, apesar das intempéries.Almejo sempre meu equilíbrio e paz interior numa compreensão mútua. O que faço:Graduanda de Psicologia da Faculdade Santíssimo Sacramento, hoje no 9º semestre e Sargento da Polícia Militar.
sábado, 16 de outubro de 2010
Análise Crítica do Filme Um Estranho no Ninho
FREUD E A RELIGIÃO
A partir, desse momento inaugural inicia-se uma cadeia de novos atos que trarão conseqüências para o social, onde após a análise das reflexões freudianas sobre o assassinato paterno e a competitividade dos irmãos, como elementos constituintes da cultura, vê-se o complexo de Édipo coletivo que proíbe o que é mais desejado: a morte do pai e o incesto que dão sustentabilidade ao Édipo individual como realidade histórica, pois, a lei do pai só se tornou lei Edípica quando da morte do mesmo, o tornando místico, e por ser místico, provoca referência e temor, instalando a função paterna que castra e impõe a lei.
Freud vinculou as representações de Deus à figura paterna e os sentimentos religiosos a experiência e ao vínculo com esse pai, afirmando que o processo de desenvolvimento condiciona a crença religiosa. Sua teoria baseia-se no fato de que a criança forma desde cedo à representação de Deus aos seus primeiros protetores, mais nomeadamente ao pai, elevando-o a posição de Ser divino. E, devido a esse desamparo da criança associado ao reconhecimento deste pelo adulto conduz a elas a uma reação defensiva, à busca de proteção, formando a religião, pois a criança desamparada vincula o pai aos Deuses, pois Freud acredita que toda e qualquer concepção religiosa era oriunda do “complexo paterno”, onde a impressão terrível de abandono na infância despertou a necessidade de proteção, a qual foi adequada pelo pai e esse reconhecimento perdura por toda a vida.
Dessa forma, a religião e a civilização nascem do mesmo momento inaugural: a morte paterna, a repressão a este desejo, desejo insatisfeito e da vontade de transgredir as normas. Sendo, estes os fatores determinantes psíquicos da religião.
Referências:
www.famedrado.kit.net/canal%2005/01.htm. Acesso em: 15/05/2009 às 21h;
MEDEIROS, Roberta. Entre o bem e o mal. Revista Psique Ciência e Vida, ano IV, nº 40, p. 26 – 34.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Análise do Filme Gran Torino
Contudo, com a chegada de novos vizinhos de origem coreana, Walk passa as tardes observando-os com sentimento de raiva e repulsa; sentimento esse que também era recíproco pela matriarca da família coreana Hmong. Ficando explícito nessa passagem do filme o processo de atribuição, onde Walk busca saber as razões e explicações para o comportamento dos vizinhos coreanos, desenvolvendo pensamentos e crenças (atitudes) sobre eles, como forma de fortalecer os motivos pelos quais ele expressa seu comportamento discriminatório contra eles.
O garoto Thao, pertencente àquela família se ver obrigado pela gangue local de roubar o carro de Walk, um Gran Torino 1972, foi surpreendido por ele, fato este que contribuiu para Walk passar a conviver com os vizinhos, pois se tornou contra vontade um herói para aquele povo, principalmente para a irmã e mãe de Thao, que insistiram para que ele trabalhasse para Walk como forma de reparação, dando início a uma amizade improvável que mudará a vida de ambos.
Convivendo com a simpatia incansável de Thao e de sua família Walk acaba compreendendo algumas verdades sobre seus vizinhos e sobre si mesmo, percebendo que eles poderiam conviver de forma harmônica, mudando sua atitude em relação a eles, como forma de eliminar a discrepância e tensão decorrentes da guerra da Coréia, a dificuldade de se relacionar com seus filhos e a perda de sua esposa.
Dessa forma, conclui-se que a idéia central do filme é expor a história de um homem bondoso que por ter participado da guerra da Coréia ficou abalado de tal maneira, por ter contribuído com algo cruel, sendo colocado a repensar seus conceitos, atitudes com a chegada dos vizinhos coreanos, aprendendo de forma excepcional a superar o seu preconceito e pesar o valor da vida, superando suas frustrações, passando a acreditar que todos são seres humanos, dando uma prova sublime dessa concepção, ao morrer para proteger aquela família com quem passou a ter traços de afinidade maiores do que os seus próprios familiares.
Referência: EASTWOOD, Clint. Gran Torino. Drama de longa metragem, 2009.
“Relatório Kinsey – Vamos Falar Sobre Sexo”
Ele defendeu que todos os comportamentos sexuais considerados atípicos são na verdade normais, e ao mesmo tempo afirmou que: ser exclusivamente heterossexual é anormal, pois seria fruto de inibições culturais e de condicionamentos sociais, contrários à natureza do homem. Ele juntamente com os seus colaboradores pretendeu mudar os valores morais tradicionais. Dividindo o ocidente em duas fases antes e depois da revolução sexual.
O sexo no ocidente passou de um período puritano, o qual era visto como algo terrível, ameaçador, reprimido pelo moralismo, cujo sexo "em excesso" e a masturbação podiam conduzir à loucura. Já, nos dias atuais ele ainda vem carregado de significados como: expectativa, satisfação, prazer, perigo, curiosidade, proibição, medo, insegurança, carinho, paixão e pecado, onde princípios, como o do "direito ao prazer", repercutem até hoje.
Dessa forma, conclui-se que a idéia de sexo traz contradições em certos aspectos, demonstrando ainda o dualismo entre a tendência à superação de preconceitos e idéias tradicionais; a valores arcaicos e tabus aliados às questões que envolvem a sexualidade, cuja ignorância em relação ao respeito da compreensão deturpada das funções e das estruturas sexuais, proporcionam um rico solo para o florescimento dos mitos, muitos dos quais sobrevivem até os dias de hoje, onde a sexualidade humana é uma realidade complexa, íntima e pessoal, ao mesmo tempo que envolve, abrange, penetra e dinamiza a pessoa humana como um todo em sua unidade de ser.
Construção da Psicologia Social
“As raízes da Psicologia Social são vistas como européias e as flores como especificamente americanas” é assim que Robert Farr define de maneira etnográfica a psicologia social moderna, a qual surgiu nos Estados Unidos da América sob influências das inquietações sociais levantadas no período da 2ª guerra mundial, onde os cientistas sociais passaram a contribuir de forma conjunta proporcionando programas de doutorados interdisciplinares.
Mais tarde, em um contexto de mudança de atitude do pós-guerra, na Universidade de Yale, estudantes acabaram se reunindo e promovendo o estabelecimento da Psicologia Social como uma ciência experimental. O choque entre os psicólogos gestaltistas austríacos e alemães que migraram para América com os behavioristas faz surgir o cognitivismo, mostrando o quão significativo a movimentação entre as culturas.
A Psicologia Social Cognitiva se diferenciava não só âmbito da Psicologia Social, mas também no contexto americano de ciência cognitiva, onde a Psicologia Social que se desenvolveu como um fenômeno especificamente americano na era moderna é considerada com uma forma psicológica de Psicologia Social, embora seja também uma forma de Psicologia Cognitiva diferente da ciência cognitiva.
Seu percussor Whilhelm Wundt “pai” da Psicologia como ciência experimental passou a fazer referência a Psicologia Social, onde os produtos mentais que são criados por uma comunidade humana são inexplicáveis em termo de consciência individual, pois eles provêm de uma ação recíproca de minutos. Porém, Wundt teve o seu método compreendido de forma errônea, devido a ser um método experimental (introspectivo) de estudar a mente (consciência), o qual leva a não percepção do papel central da apreensão da filosofia da mente. Os objetivos de Wundt era a Psicologia Experimental e social, onde a introspecção era uma forma de percepção interna do sujeito. Partindo, disso ele separa a sua Psicologia Social da Experimental, apesar de serem dois projetos independentes estavam relacionados; um se referia a comunidade das pessoas, enquanto o outro ao indivíduo. Ambas são formas sociais da Psicologia Social, pois no início da era moderna elas estavam atreladas a história positivista da Psicologia Experimental seguida de fundamentos históricos da Psicologia Social.
O objeto de interesse da Psicologia Social num primeiro momento era baseado em um método descritivo, ou seja, um método que se propõe a descrever aquilo que é observável e fatual é uma Psicologia que organiza e dá nome aos processos observáveis dos encontros sociais, comprometida com os objetivos da sociedade norte-americana do pós-guerra; partindo de uma noção estrita do social, em seu segundo momento ela buscou superar as limitações do seu primeiro passando a estudar o psiquismo humano, buscando compreender como se dá as relações sociais vividas pelo homem, em que o mundo objetivo passa a ser visto não como fator de influência para o desenvolvimento da subjetividade, mas como fator constitutivo, ou seja, busca compreender o mundo invisível do homem vendo como um ser social, de relações sociais em permanente movimento. Surgindo conceitos básicos de análise como atividade; consciência e identidade que são propriedades ou características essenciais do homem e expressam o movimento humano. Entre os percussores dessas características temos Vygotsky, Alexis Leontiev e Luria, soviéticos e Silvia Lane e Antônio Ciampa brasileiros.
Dessa forma, a Psicologia Social parte de um contexto real para compreender os elementos do mundo interno, promovendo um estudo sobre o fazer, o pensar e o agir dos indivíduos na sociedade.Referência: FARR, Roberto M. As Raízes da Psicologia Social Moderna. 2. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. 246 p.
Psicologia Cognitiva e o Filme Substitutos
No filme Substitutos fazemos um paralelo com a Inteligência artificial dos humanóides, onde a racionalização da sua organização social, do comportamento individualizado, a substituição de valores morais por princípios lógicos foram percebidas como forma de viabilização da padronização sistemática. Explicitando como neste tipo de inteligência, a sociabilidade é orgânica, pois o “substituto” não é um ser social com o ser humano ele é personalizado para tal, sendo social por fazer parte de um organismo social, onde a sua racionalidade é cognitiva e ativa intelectualmente pelo comportamento, já que não possui inteligência, reflexão, raciocínio, seu pensamento ou ação racional não se origina na mente, no interior, e sim no sistema organizacional cibernético que é controlado, manipulado pelo seres humanos reclusos em seus lares.
Com o surgimento da sociedade robótica, os seres humanos não têm mais contato uns com os outros. Ficam em casa e controlam os robôs, que são belos, inteligentes, não cometem crimes. Enfim, um mundo perfeito, até que eles descobrem que a máquina também tem seus defeitos e o arrependimento bate à porta de quem as criou. Mesmo com os nossos corpos, sendo cada vez mais alterados pela tecnologia seja por questões estéticas (cirurgias plásticas), seja por questões de saúde (próteses dos membros), surge sempre à questão do limite entre o natural e o artificial, onde os seres vivem vidas artificiais ao invés de sentirem suas ações por si mesmas. Levando-nos a refletir sobre as consequências do avanço tecnológicos e o quanto eles nos levam a mecanização e frieza nos relacionamentos, bem como até onde o ser humano consegue ir sem perder o controle, a noção de si mesmo, onde tudo fica na aparência e os corpos biológicos tristes e amargurados permanecem em casa encarcerado, enquanto os “substitutos” exibem perfeição e simpatia.
Logo, conclui-se que a evolução faz muito bem na produção do desenvolvimento de um aparato cognitivo capaz de decodificar com precisão os estímulos ambientais, além de entender os estímulos internos da maioria das informações disponíveis. Qualquer estimulo pode desviar o indivíduo do processamento adequado da informação. Todavia, os mesmos processos que nos levam a perceber, recordar e raciocinar com precisão na maioria das situações, podem nos levar ao erro, como foi percebido no filme, onde a película especialmente contundente em certos detalhes aborda de forma bastante sarcástica as atitudes do ser humano em um mundo que sua banalidade se tornou desconectado das emoções humanas.
Referência: Substitutos. Diretor: Jonathan Mostow. Produção: Max Handelman, David Hoberman, Todd Lieberman. Roteiro: Michael Ferris, John D. Brancato, Baseado Na Graphic Novel De Robert Venditti e Brett Weldele Duração: 104 Min. Gênero: Ficção Científica. Ano: 2009.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Perfil sociológico da cidade de Alagoinhas- Bahia
Convido você a embarcar numa viagem pela história do município Alagoinhense, local onde nasci, cresci, trabalho e estou concluindo a minha graduação no Curso de Psicologia pela Faculdade Santíssimo Sacramento.
O município de Alagoinhas localiza-se no leste da Bahia, sendo uma mesorregião do Nordeste Baiano que dista da capital, Salvador, em 110 (cento e dez) quilômetros quadrados, cuja população, em 2005, era de 138.366 habitantes.
De clima quente e semiúmido, possui uma vegetação de floresta estacional semidecidual e de parque sem floresta de galeria. Possui solo rico em arenitos médios e grosseiros, conglomerados/brechas e paraconglomerados.
A cidade é servida pela malha rodoviária e ferroviária. A BR 101 (que corta o Brasil de Norte a Sul) fornece ao município importante acesso e meio de saída de produtos para cidades do Nordeste, como Recife e Aracaju, bem como Vitória e Rio de Janeiro, no Sudeste do País. Sendo cortada também pela BR 110, que a une ao Nordeste pelo interior da região. Possui ainda rodovias estaduais que ligam a BR 116 e a linha verde. O Setor ferroviário desempenha na cidade, além do seu papel histórico, um entroncamento que já foi de grande importância para o País e teve o seu declínio com a subvalorização do transporte ferroviário.
A economia do município encontra-se no cenário atual com forte potencial, sendo o maior produtor agrícola baiano de limão, terceiro na produção de laranja, décimo de batata doce, décimo - primeiro em amendoim, bem como se destaca na produção de abacate, areia, argila e pedra. Possui 666 (seiscentos e sessenta e seis) indústrias, sendo o décimo – terceiro na posição geral do Estado da Bahia, e 3.711(três mil, setecentos e onze) estabelecimentos comerciais, fato este que lhe permite ocupar o décimo - quarto lugar dentre os municípios baianos. Destaca-se, também, pelos seus diversos estabelecimentos de ensino de nível fundamental e superior, pelos de saúde – o Hospital Regional Dantas Bião e Maternidade.
Assim, a qualidade de vida faltante ou ameaçada na maioria das cidades, como uma alteração do urbano, do próprio sentido de “cidade”, é uma condição observável em Alagoinhas, mas nunca é demais tentar elevar a qualidade de vida de uma população.
Referências:
BARROS, Salomão A. Vultos e Feitos do Município de Alagoinhas. Salvador: Artes Gráficas e Ind. Ltda, 1979.
www.mundi.com/wiki-alagoinhas-bahia/curiosidades.
Psicologia Ambiental
Diante de tantas intempéries no mundo atual, o planeta clama por socorro, pois mal se iniciou o novo ano e fomos surpreendidos por catástrofes que abalaram o mundo, a exemplo do deslizamento em Angra dos Reis e o terremoto no Haiti, que nos fazem refletir sobre o que estamos fazendo com o nosso planeta. Partindo dessa indagação é que, hoje, quero falar com vocês sobre a Psicologia Ambiental, seu conceito, abordagem, surgimento e importância.
A Psicologia Ambiental é uma disciplina jovem, e seus primeiros livros foram publicados nos Estados Unidos, na década de 70. Seu objeto de estudo é o indivíduo em seu contexto, tendo como tema central as inter-relações e não somente as relações entre pessoa e meio ambiente físico e social, pois cada ser humano percebe, avalia e tem atitudes individuais em relação ao seu ambiente físico e social, ou seja, ela estuda uma reciprocidade entre pessoa e ambiente formando uma inter-relação dinâmica, seja nos ambientes naturais, seja nos ambientes construídos, pois o indivíduo atua sobre o ambiente, construindo-o e este, por sua vez, modifica e influencia as condutas humanas.
Assim, a especificidade da Psicologia Ambiental é analisar como o indivíduo avalia e percebe o ambiente e, ao mesmo tempo, como ele está sendo influenciado por este ambiente, pois, quando o homem constrói casas, fábricas, entre outros, ele não só cria um ambiente físico, mas também um ambiente psicológico de significados, num mundo simbólico, que reforça um esquema particular de gostos e valores, daí a preocupação com o que estamos fazendo com o nosso planeta, em prol desses gostos e valores individuais.
Logo, a Psicologia Ambiental é de suma importância, já que ela estuda todos os tipos de inter-relações homem - ambiente, seja no ambiente natural, seja no ambiente construído, como forma de entender o homem e a sua diversidade.
Referências:
MOSER, Gabriel. Psicologia ambiental. Paris: Universidade René Descartes, 2003.
Conceito de loucura na atualidade
“Dizem que sou louco por pensar assim. Se eu sou muito louco por eu ser feliz,mas louco é quem me diz: E não é feliz, não é feliz...” (Ney Matogrosso).
É com esse trecho da música Balada do louco, do cantor e compositor Ney Matogrosso, que gostaria, hoje, de falar para você sobre o conceito de loucura e sua percepção na atualidade, enfatizando porque é importante discutirmos esse tema que faz parte de nossas vidas, desde os tempos remotos.
Loucura exprime medo do desconhecido, insegurança, impotência. Por que tememos os “loucos”? Na atualidade, os conceitos de loucura são percebidos como um fenômeno de inflexibilidade e exclusão da vida social, em que surge uma resistência da sociedade para com o “louco”, por ele ser visto como um doente mental, que transmite perigo, medo, intimidação, por não sabermos lidar com o desconhecido, conduzindo-o a uma internação hospitalar, mesmo contra a sua vontade, com a finalidade de isolá-lo e solucionar o problema, a ameaça que traz desconforto para a sociedade.
Mesmo com a Reforma Psiquiátrica e a inserção dos Centros de Aperfeiçoamento Psicossocial – CAPS, esses sujeitos são banidos da sociedade, seja pelo encarceramento em hospitais psiquiátricos, seja com medicamentos vitalícios, ainda ocorrendo nos tempos atuais, depois de tanta luta e perspectivas de socialização desses indivíduos, a internação, que é vista como o cume da isenção social, e não um meio contrário à intransigência, fornecendo ao sujeito um rótulo social que incrementa e legitima a exclusão (pelo poder que é dado à ciência médica), principalmente se esse rótulo for a base significativa para a internação involuntária legalizada, confirmando em definitivo a estigmatização social da loucura e a explicação que autoriza a sociedade a exercer sua ofensiva àquele que considera imoral ou estranho, levando à interdição hospitalar e civil com autorização dos detentores do poder e/ou saber (médicos, políticos, sociedade), tendo como base a ideologia humanista, política, ideológica e profissional de um país.
Foucault, nos seus estudos - Doença mental e psicologia (1954) –, defende a especificidade de abordagem de uma “medicina da mente” em relação a uma “medicina do corpo”, entendendo que estas disciplinas devem aplicar métodos distintos, assim como submeter-se a diferentes critérios de cientificidade. Isto implica trabalhar com diferentes concepções – para além da problemática da saúde X doença e da consequente dicotomia normal X anormal, afirmando que a loucura vem de uma concepção social que normatiza e dita o que é normal e/ou patológico, dentro de uma sociedade onde o significado de loucura inclui tanto um fenômeno social da estigmatização quanto o que pode existir de essencialmente individual na loucura, sendo vista como uma espécie de “Alvará Científico” (Francisco Costa Júnior - Universidade de Brasília (UnB) – Dissertação de Mestrado, 2005) para a intolerância e censura social, cujas consequências são os próprios fatos alienados, como o da loucura, vista como doença, em que a sociedade intolerante, que deveria ser esclarecida sobre o fato de que tais pensamentos e comportamentos dos “loucos” se deverem a uma doença e/ou transtornos mentais e não a outros motivos, devendo, assim, ser mais solidária e humana com tais sujeitos, em vez de bani-los da sociedade dita normal, pois, se tivesse tais esclarecimentos, reduzir-se-ia o estigma e a exclusão social desses indivíduos.
Dessa forma, a percepção da loucura em que se concebe o ser humano como ser coletivo, social ou cultural, é determinada pela coletividade (sociedade), na qual o indivíduo portador de deficiência e/ou transtorno mental é controlado por técnicas químicas ou psicoterápicas como determinantes de suas ações e/ou reações em busca de sua autonomia subjetiva desautorizada pelos seus atos e pelos agentes sociais ao seu redor.
Referências:
RAGO, Maragareth (Org.); MARTINS, Adilton L. Revista Aulas. Dossiê Foucault. Nº 3.
Alguns conceitos de loucura entre a psiquiatria e a saúde mental: diálogos entre os opostos. Disponível em:< www.pepsic.bvs-psi.org.br/scielo>.
Psicologia: ciência do povo ou de loucos?
Na atualidade, no senso comum, o transtorno mental é comumente relacionado ao sujeito que fala sozinho, gesticulando e caminhando pelas ruas, ou àqueles pacientes esquecidos nos hospitais psiquiátricos. O prevalecimento da discriminação contribui para perpetuar o estigma de “louco”, dando ênfase à exclusão social e ao sofrimento dos indivíduos acometidos por psicopatologias, bem como de seus familiares.
Fatores como a falta de informação e/ou informações errôneas no que tange aos profissionais do campo da Psicologia, mesmo com toda a divulgação nesta área, faz surgir o questionamento: A Psicologia é uma ciência do povo ou de loucos? Daí, então, o receio que muitos leigos têm de conversar com um psicólogo, por acreditarem que eles são “médicos de loucos”, que têm capacidade de ler seus pensamentos, de conhecer os seus segredos mais profundos num simples olhar ou num único bate-papo, além de muitos sujeitos se acharem psicólogos, confundindo o trabalho do psicólogo com uma atividade de dar conselhos e ajudar os outros a resolverem os seus problemas.
Logo, surge a importância de se romper o paradigma em relação à Psicologia, considerando-a uma ciência do ser humano em sua totalidade, devendo-se compreender que os psicólogos buscam estudar o comportamento humano e de outros animais de forma objetiva e sistemática, não se limitando somente a isso, sendo, portanto, uma ciência biopsicossocial, havendo a junção do biológico, fisiológico, psicológico, bem como do social.
Referências:
Alencar, Eunice M. L. Soriano de Psicologia: introdução aos princípios básicos do comportamento. 7 ed. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 13 - 24, cap. I.
BOCK, Ana Mercês Bahia (org). Psicologia e compromisso social. São Paulo: Cortez, 2003 p. 75 – 90.
____. Ana Mercês Bahia et al (orgs). Psicologia sócio-histórica: uma crítica em psicologia. 2 ed. Revista São Paulo: Cortez, 2002.
Tornar-se Psicólogo
Nos dias atuais, quando as mutações aceleradas das convivências, sejam individuais, sejam em grupo, observo a Psicologia como uma ciência multidisciplinar que fala do homem e de suas experiências, a partir do seu mundo interno, de sua subjetividade, que é fonte de suas manifestações, ações, sonhos, desejos, emoções, consciência e inconsciente, não possuindo o Psicólogo uma bola de cristal, não sendo um “bruxo” da sociedade moderna, tampouco um profissional que cuida exclusivamente de “loucos”, pois como futuros profissionais do campo “Psi”, utilizamos de técnicas e conhecimentos, os quais são aprendidos na academia, bem como no convívio intra e extra Universidade que nos possibilitam compreender o que o indivíduo nos diz, através de suas expressões e gestos e que a partir da junção desses fatores busca-se formar um quadro de análise com o fito de descobrir as razões dos atos, pensamentos, desejos e emoções desses indivíduos. Ao iniciarmos o Curso de graduação em Psicologia, achamos que somos os “donos da verdade” e que devemos ser psicólogos o tempo todo, porém, impregnados de preconceitos, pré-julgamentos, que com o avançar do curso vão se desmitificando, passamos a nos ver também como seres humanos que erram em busca de acertos entendendo que ser psicólogo não é ser adivinho, pois precisamos de que os nossos pacientes contem a sua história, aflições, angústias, para juntos podermos desvendar as suas razões, compreender suas dificuldades e assim traçar a intervenção psicológica adequada para cada caso, auxiliando o sujeito a se compreender, organizar-se, com o auxílio do saber “Psi”, permitindo-lhe a sua transformação e atuação sobre o meio que o cerca.
Dessa forma, entendo que, para nos tornarmos um Psicólogo, é preciso ter primeiramente um entendimento de nossas emoções individuais, sentimentos, comportamentos, inquietações, vivências, angústias, alegrias, para que assim possamos compreender o outro sem juízo de valor e sim verdadeiramente, porquanto, como futuros profissionais do campo “Psi”, desenvolvemos intervenção no processo psicológico do indivíduo com o propósito de torná-lo saudável, ou seja, que ele seja capaz de enfrentar as dificuldades do dia-a-dia e, para que para isso ocorra de forma fidedigna, também temos que saber lidar com elas.
Por fim, segundo Inácio Martim Baro, o papel do Psicólogo deve ser definido em função das circunstâncias concretas da população a que deva atender, ou seja, ele deve ajudar as pessoas a superarem sua identidade alienada, pessoal e social ao transformar as condições opressivas do seu contexto. Logo, tornar-se Psicólogo é lembrar sempre que não somos detentores exclusivos de saber, que não existe verdade absoluta e que antes de tudo somos humanos e lidamos com o humano, devendo sempre emitir juízos da realidade com imparcialidade.
Referências:
BOCK. Ana Mercês Bahia. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
Conselho Federal de Psicologia. Psicólogo Brasileiro: práticas emergentes e desafios para a formação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994.